Na coluna de Juremir
Machado, publicada ontem, no Jornal Correio do Povo, o jornalista traz uma
importante reflexão sobre a questão da corrupção e empreiteiras no Brasil.
Em seu artigo, ele cita um
livro publicado cujo título é ‘’ Estranhas Catedrais – As Empreiteiras
Brasileiras e a Ditadura Civil – Militar’’, escrito pelo historiador Pedro
Henrique Pedreira Campos.
Segundo o jornalista, na
obra, Campos prova que as relações envolvendo corrupção entre empreiteiras e
Estado no Brasil, iniciaram no período da ditadura em 1964. Os capitalistas
brasileiros encaram a corrupção como um dispositivo para maximizar seus lucros.
Conforme Campos, analisando
a história do capitalismo, a ‘’apropriação
do público pelo privado é mais uma regra’’.
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Período Costa e Silva. Fonte: www.brasilescola.com |
A bênção deste casamento,
entre empreiteiras e poder público foi dada pelo ditador Artur da Costa e
Silva, que proibiu a entrada de empresas estrangeiras, através do decreto
64.345, de 10 de abril de 1969. Desta forma, empresas regionais, como a
Odebrecht tomaram seu espaço no mercado da construção civil elevando seus
lucros em pouco tempo.
O cenário para o
desenvolvimento econômico de empresas privadas no período da ditadura foi
excelente. A ampla reforma econômica aumentou os recursos públicos para
investimentos e ao mesmo tempo, leis e mecanismos restringiram gastos para a saúde
e educação. A maior fatia de investimentos era direcionada a grandes obras
públicas, o que, certamente, favorecia o ganho real das empreiteiras.
Dezenas de militares
assumiram cargos estratégicos em corporações, tanto nacionais quanto
estrangeiras que negociavam com o país.
Segundo Juremir, o autor do
livro apresenta 21 nomes e funções: Golbery do Couto e Silva presidiu a Dow
Chemical e prestou serviços para o Banco Cidade. O general João Baptista
Leopoldo Figueiredo foi do Conselho Consultivo da Caterpillar. Ernesto Geisel
foi presidente do Conselho Administrativo da Norquisa. O general, Artur Moura
era da Mendes Júnior, uma das empreiteiras que obteve lucros imensos no regime
dos generais. O filho de Costa e Silva
serviu à General Eletric. Carlos Luiz Guedes, o golpista, presidiu a Catemarq.
Juracy Magalhães foi presidente da Ericsson do Brasil.
A Odebrecht teve seu
faturamento triplicado em um ano.
A corrupção não é algo novo,
porém, nunca foi tão combatida como agora.
Fonte: Jornal Correrio do Povo
Edição: 10 de Dezembro de 2014
Coluna Juremir Machado da Silva
#MandatoCidadão
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