Leia artigo do cientista político Antonio Lassance falando sobre o candidato Sartori!
''O candidato ao Governo do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), de repente despertou a curiosidade nacional.
Quem é esse sujeito que
desbancou a senadora Ana Amélia (PP), que por muito tempo apareceu como
favorita em pesquisas, e agora rivaliza com o atual governador, Tarso Genro?
Sartori é uma miscelânea.
Junte o antipetismo privatista de Aécio Neves, o bom-mocismo carola de um Pedro
Simon e o humor, de gosto muito duvidoso, de um Tiririca, e o que temos no
final? Sartori.
Não há nada de espetacular
no desempenho eleitoral de Sartori. Seu segredo é um truque velho, banal,
constantemente reeditado e que continua fazendo sucesso.
Os gaúchos mesmos já viram
isso outras vezes. Um candidato aparece de repente, se diz uma novidade, apesar
de velho conhecido no estado. Tem fama de bom gestor.
Distribui muitos sorrisos
por onde passa. Faz apelo aos valores da família.
Sua campanha evita citar
muito seu próprio partido.
Ele prefere o apelo à união
do estado contra o radicalismo e a polarização: eis a campanha de Jair Soares,
do PDS, em 1982, que derrotou PMDB, PDT e PT.
Seu programa de governo? É
"educação, saúde e segurança". Transportes? Saneamento?
Tem que melhorar isso
também. O negócio é arregaçar as mangas.
Se Sartori quer ser remédio
para alguma coisa, ele certamente é do tipo genérico, só que sem bula - sem
posologia e sem indicação de seus efeitos colaterais.
A principal prioridade de
Sartori é ser eleito. Detalhes sobre o que fará? São surpresas para depois da
eleição. Excelente maneira de fugir de qualquer compromisso com políticas que custam
caro - como educação, saúde e segurança pública.
Sempre que pressionado a
assumir compromissos para valer, Sartori se sai com uma anedota ou conta um
causo.
Cordial, Sartori é o
candidato preferido dos intolerantes. É a voz mansa dos que vociferam.
Brincalhão, faz piada com
coisas sérias, como o salário dos professores.
Experiente, finge até que
não faz ideia do que é piso salarial dos professores - e pode assim ignorar
solenemente o problema.
Bonachão, Sartori esconde
bem seu saco de maldades. Ele recentemente apelidou sua política de cortar na
carne dos serviços públicos de "etc daqui, etc de lá".
A "nova cara" da
política do Rio Grande do Sul iniciou sua carreira, em 1976, naquele que é o mais
tradicional partido da política brasileira e gaúcha - o PMDB (o velho MDB).
Que destino aguarda o Rio
Grande do Sul se lembrarmos que o estado foi quebrado todas as vezes em que foi
governado pelo PMDB e por sua cria, o PSDB? Ambos estão novamente de braços
dados por terem essa história em comum.
Sartori é pior que um cheque
em branco. É um cheque sem fundo.
Os gaúchos têm poucos dias
para decidir se querem eleger um governador de verdade ou se estão apenas
preocupados em derrotar o PT.''
Fonte: Carta Maior
#MandatoCidadão
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