Sobre o slogan ‘Meu partido
é o Rio Grande’ e Sartori (por Pedrinho Guareschi)
“Fico envergonhado quando
vejo um candidato andando por aí e gritando ‘Meu partido é o Rio Grande’. Se
esse fulano tivesse um mínimo de formação política deveria dar-se conta da
grosseira e tamanha contradição nos próprios termos! Pois ‘partido’ é ‘parte’!
Como vai ser o ‘todo’, o Rio Grande?
Quem quer ser democrata,
deve saber no mínimo – o bê-á-bá da democracia e da política – que uma
democracia implica uma pluralidade de ideias e de valores, que formam
exatamente um partido, com uma plataforma partidária, com sua filosofia e seus
princípios!
Por isso uma sociedade que
queira ser democrata é constituída por diferentes partidos que representam as
forças vivas da nação! Agora, apelar para a ‘união’, principalmente durante uma
propaganda em que se deve apresentar um projeto e uma proposta, é exatamente a
estratégia fascista e nazista, totalitária! A única desculpa num caso é a
ignorância.
Gritar esse slogan fascista
passa a se constituir numa estratégia ideológica com a finalidade de enganar e
iludir os ingênuos, levados pela emoção. Essa é a arma ideológica a que
apelaram Hitler, Mussolini e outros fascismos. Apelar para a ‘união’, quando o
que se deveria apresentar são exatamente as ‘diferenças’, para a população
poder escolher entre essas diferentes propostas! Qual o projeto? No que se
distingue dos outros? O resto é ‘totalitarismo’. Mas o que vemos é que em lugar
de colocar com maturidade e fundamento o PROJETO, faz-se uso de afirmações
gerais, slogans emotivos e enganadores!
Pode-se ver aqui o
despreparo grosseiro de candidatos e partido que não possuem identidade,
adaptam-se interesseiramente ao que mais interessa no momento. As respostas
evasivas e generalizadas são uma prova clara do que se vê, ouve ou lê. É tempo
de pensar, e estar atento a propostas e estratégias que enganam incautos! E nem
é preciso pensar muito para se perceber que em âmbito nacional a estratégia é
parecida: alguém que grita, repete slogans e frases feitas, mas sem fundamento!’’
*Pedrinho
Guareschi é professor de Filosofia, Teologia e Letras. Tem experiência na área
de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social, atuando principalmente nos
seguintes temas: mídia, ideologia, representações sociais, ética, comunicação e
educação. Trabalhou como professor convidado da Universidade Federal de
Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e atualmente exerce a mesma função
na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Fonte: www.sul21.com.br
#MandatoCidadão
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