quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Acorda, Sociedade Santiaguense! A luta pelo respeito e valorização do humano e pelo direito sagrado da Liberdade de Expressão (por Al Reiffer)

Publicado, Quarta-feira, 08/01/2014.

Acorda, Sociedade Santiaguense! A luta pelo respeito e valorização do humano e pelo direito sagrado da Liberdade de Expressão (por Al Reiffer).

Por favor, peço que leiam com atenção o texto abaixo, na íntegra, se possível:
Termos utilizados pelo sr. Ruderson Mesquita, falando como diretor de um hospital de Santiago (RS), durante programa na Rádio Verdes Pampas, no dia 3/1/2014, referindo-se àquelas pessoas que se utilizam das redes sociais para comentar, opinar, contestar, questionar sua administração de um órgão filantrópico, que recebe dinheiro público e que trata da vida das pessoas:
“machões do Facebook, que na verdade são os covardes do Facebook”
“bobalhões”
“indivíduo irresponsável”
“cachorrada” , entre outros.
Quem quiser conferir o áudio, está aqui: http://www.youtube.com/watch?v=sJqTtgbyXSY
Um jornalista afirma no programa que o diretor do HCS comentará sobre informações distorcidas que estão sendo dadas nas redes sociais. Quais informações, sr. jornalista? Antes da entrevista em questão, foi comentado nas redes sociais sobre uma notícia publicada no site NOVA PAUTA. Esta:
“Conforme noticiado pela Rádio Santiago, a direção do Hospital está reavaliando a permanência do Pronto-Socorro em suas instalações. O local é de responsabilidade do município e, conforme Rúderson Mesquita, é onde ocorrem os maiores problemas, que acabam comprometendo a imagem do hospital. O administrador diz que o valor repassado pela Prefeitura está defasado e que, por enquanto, o Pronto-Socorro ficará no mesmo local contra a vontade da direção, ao menos até que o município tenha um outro local.” http://www.novapauta.com/2013/12/hospital-pode-ficar-sem-o-pronto-socorro.html
Essa notícia é inverídica, senhor jornalista? A sociedade tem o direito de saber.
Outra coisa, sr. Ruderson, se o senhor não está mais preocupado com a estrutura física do HCS do que com a questão humana, por que os funcionários, técnicos, enfermeiros assistenciais, recebem um dos salários mais baixos do Brasil? E por que pacientes continuam sendo mal-atendidos? Se o HCS está tão bem, por que então não pagar melhor e contratar mais funcionários para melhor atender os pacientes? No entanto, o que o HCS fez foi demitir determinada funcionária das mais competentes, alegando “corte de gastos”. E isso eu posso provar. E será provado. E outras coisas serão provadas. Corte de gastos, meus senhores, para quê? Porque o sr. Ruderson prefere construir uma nova fachada, fazer uma propaganda para a televisão de gosto duvidoso (o que é isso, se não imagem?) e uma nova clínica. Uma nova clínica, enquanto o HCS não consegue oferecer um serviço de pronto-socorro satisfatório. Por que não consegue oferecer, sr. Ruderson?
O sr. Ruderson fala que os funcionários agora recebem os salários em dia e que antes muitos não recebiam. Ótimo, mas isso é uma obrigação de qualquer empresa. E o sr. Ruderson não menciona que agora o HCS recebe muito mais verbas públicas do que recebia naquela época. Mas mesmo assim, paga quanto, por exemplo, para um técnico de enfermagem? A sociedade santiaguense sabe qual o salário médio de um técnico no Brasil? Técnico de Enfermagem : R$ 1.305,84 (média) – R$ 1.009,24 (menor) – R$ 1.554,36 (maior). Isso em 15 de março de 2013. Quanto, sr. Ruderson, o HCS pagava na época? Quanto paga agora? Não seria algo em torno de 800 reais e uns quebrados de básico? Não é isso? Se não é, me corrija, por favor.
E por que é melhor mesmo o Pronto-Socorro deixar o HCS? O sr. enrolou, enrolou e não deixou nada claro, sr. Ruderson, xingou quem não concorda contigo, e, no fim, tudo ficou ambíguo. E é só no Pronto-Socorro o mau-atendimento?
Para provar como não é só no Pronto-Socorro o mau-atendimento, vou publicar trechos do meu próprio texto, de janeiro de 2011, referente à internação de meu avô, com uma isquemia cerebral:
“Meu avô foi internado hoje no HCS, logo após o meio-dia. Meu avô sofre de diabetes, Foi internado agora com um quadro que parece ser de insuficiência respiratória. Pois desde o instante em que foi internado até as 22h, nenhum, eu disse NENHUM, médico dignou-se a atendê-lo. Isso, olhem só o absurdo, que meu avô paga o plano de saúde do hospital!!!”
Isso foi até as 23h do dia 25 de janeiro. POIS MEU AVÔ CONTINUOU SEM NENHUM ATENDIMENTO DE UM MÉDICO POR QUASE 24H, até a manhã do dia 26, reitero: PAGANDO O PLANO DE SAÚDE DO HOSPITAL. Também escrevi sobre isso, na época:
“Havia um médico responsável no caso do meu avô. O HCS tem a obrigação de saber quem é, pois meu avó paga, há anos, o plano de saúde, eu não necessito citar seu nome. Mas esse médico responsável não estava lá. E pior, estava incomunicável. E só foi aparecer na manhã do dia seguinte, ou seja, quase 24h depois da internação. Disseram no HCS que como o médico responsável era tal, não podia haver a troca de médico, até que o responsável viesse ver meu avô.
Diga-me se essa burocracia absurda, vergonhosa e cruel é algo que se faça com um ser humano? Com um cliente do hospital? Com um cliente do hospital? Não se faz isso nem com quem vai comer uma pizza. Quem vai comer uma pizza, pode esperar quase 24h para que ela venha? E se não há garçom, não tem o direito de pedir outro? Os clientes não têm direitos? Isso não se faz com quem espera por uma pizza, mas se faz com quem espera por sua própria vida? E isso é culpa do hospital, independente da culpa do médico. E se meu avô viesse a falecer durante esse período? É um caso isolado? Olha, sinceramente, tenho fortes dúvidas quanto a isso…”
Infelizmente, na época, minha avó, viúva de meu avô, não concordou que entrássemos com um processo por negligência e descaso contra o HCS, ela não “queria se incomodar”, que é como pensam, infelizmente, muitos dos cidadãos santiaguenses. Isso tem que mudar.
Falo do que vivenciei. Deixo que outro falem de suas vivências. Quantas pessoas, aqui mesmo neste grupo, já relataram casos semelhantes a este, de descaso completo com um paciente? Quantos sabem de casos com familiares ou conhecidos?
E AGORA NÃO PODEMOS RECLAMAR QUE SOMOS PROCESSADOS E XINGADOS, OFENDIDOS PUBLICAMENTE NUMA EMISSORA DE RÁDIO?
QUE TIPO DE CIDADE É ESTA, AFINAL, ONDE QUE ESTAMOS? O QUE SE PRECISA FAZER POR AQUI PARA TERMOS NOSSOS DIREITOS RESPEITADOS? UMA INTERVENÇÃO DA ONU?
ACORDA, SANTIAGO! SE ISSO CONTINUAR, ESSA OPRESSÃO À LIBERDADE DE PENSAMENTO, EM BREVE ESTAREMOS VIVENDO UMA DITADURA DENTRO DE UMA DEMOCRACIA.
.oOo.
Al Reiffer é poeta, escritor e professor estadual, formado em Letras e em Administração. Possui dois livros publicados, um de contos e outro de poemas, e desde 2006 publica em vários sites da internet, principalmente em seu blog O Fim, criado no mesmo ano. 

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Postado por: Bruno Pedroso / Assessoria Técnica.

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