segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Em último discurso, Iara se despede, reafirma ativismo político e alerta o povo santiaguense.

Boa tarde aos ouvintes que nos acompanham pelo rádio. Minha saudação às pessoas presentes aqui no Plenário e aos demais Vereadores desta Casa.  

Quero dizer, Lérida Pavanelo, ao Trabalhador Rural que a luta dele é a minha luta também. Especialmente porque nos Governos do PT, o trabalhador Rural sempre foi uma preocupação, tanto é, que foi no Governo Tarso Genro que criou a Secretaria de Desenvolvimento Rural, voltada exclusivamente para o pequeno produtor.

Hoje me despeço da comunidade de Santiago como Vereadora, mas não finda minha atuação e ativismo político. Durante os quatro anos que estive no cargo de parlamentar, todas as vezes que me pronunciei nesta tribuna, o fiz de forma vibrante, verdadeira, com garra e esperança de conseguir mudanças e melhorias para a vida do povo de Santiago. Busquei – de forma bastante transparente e fiel – mostrar como na verdade as coisas funcionam na Prefeitura e na Câmara. Não me abati com os ataques pessoais, não desisti frente as estratégias rasteiras dos meus opositores de distorcer o que eu dizia. Não recuei quando a grande maioria dos Vereadores desta casa avançava raivosa sobre meus posicionamentos, ENFIM, não temi, nem me rendi, em nenhum momento, a tropa de choque do prefeito.

Ao ler, uma das colunas de Juremir Machado no Jornal Correio do Povo, com o título de Teatro Regimental, percebi que o escritor ilustra o Parlamento, como o local para grandes debates, onde assuntos de interesse da comunidade devem ser discutidos ao esgotamento e através da argumentação chegar ao convencimento do melhor resultado prático para o bem comum. Na coluna, Juremir descreveu Deputados do governo Sartori na Assembléia Legislativa, que sequer debateram os projetos do pacote de maldades, nem ao menos foram até a Tribuna para argumentar e justificar a aprovação dos terríveis projetos. Como fiéis escudeiros de Sartori, estavam lá cegos para votar no que lhes foi ordenado. Nem prestaram atenção aos argumentos dos Deputados contrários a aprovação dos projetos.
Sugiro a todos que leiam a brilhante coluna do jornalista Juremir, ele descreve de forma simples e clara, o que também ocorre na Câmara de Vereadores de Santiago. Mesmo que os poucos vereadores da oposição, falassem, mostrassem as incoerências, debatessem e esmiuçassem projetos que vinham contra a sociedade, de nada valia, pois como várias vezes eu disse: NESTA CASA, o jogo é de cartas marcadas, é jogo jogado. Os argumentos, a discussão e os reais impactos dos projetos não são levados em consideração. Um exemplo claro disto que acabo de relatar, é a quantidade de projetos que foram enviados pela Prefeitura nestas duas últimas semanas. São 9 ao todo que ainda deverão ser avaliados. Projetos que serão votados de roldão, “patrolando” o debate, sem a análise que merecem. E vão influenciar diretamente na vida do cidadão santiaguense. As semelhanças não são meras coincidências, Ruivo age como Sartori.
NÃO É PARA O TRABALHADOR OPRIMIDO que o Governo do PP TRABALHA. Eles estão e continuam no poder, colocados por uma maioria, MAS A SERVIÇO dos interesses de uma minoria. Aqui, Senhoras e Senhores, a única coisa que importa é, em sessões vazias e repletas de discursos vazios e pessoalistas, aprovar os projetos que a Prefeitura determina.
AO FINAL de quatro anos, posso não ter conseguido aprovar projetos, podem as minhas sugestões terem sido engavetadas, podem minhas ideias terem sido desconsideradas, MAS o meu grande orgulho como Vereadora, não está aqui dentro, ESTÁ NAS SEMENTES DE CIDADANIA QUE PLANTEI fora dessa casa.

Nunca tive pressa, sei que o desejo de mudança nasce a partir do momento que as pessoas descobrem que são elas quem têm o poder de mudar. Posso até não chegar a ver Santiago liberta dos coronéis, mas tenho certeza de que já iniciou a contagem regressiva para o fim do modelo de governo de uma minoria assistencialista do PP.


A mensagem que deixo à comunidade, é a de que nada acontece se não agirmos, nada muda se nos calarmos, nada avança se tivermos medo de encarar. No mundo político, somos nós, o povo organizado, quem dá ou tira de alguém, o poder. Portanto, ninguém é tão poderoso que nós povo, não possamos retirar-lhe o poder. Basta querermos e agirmos em conjunto. Especialmente às mulheres quero dizer que a política precisa de nós, precisa de nosso olhar e principalmente nossa ação. Precisamos de representatividade. Já está mais do que na hora das mulheres tomarem o espaço que é seu.  No entanto, jamais uma mulher deve entrar na política para ser mera figura decorativa ou prestar serviços aos homens do poder, pois isso seria um desserviço social. 

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