Boa tarde aos vereadores desta Casa,
a Vereadora, a comunidade que está presente aqui no Plenário e as pessoas que
nos acompanham pela Rádio Nova 99.
Hoje, na tribuna, vou falar um pouco
sobre o funcionamento da Câmara de Vereadores enquanto Poder Legislativo
Independente, e as limitações que o Vereador encontra para propor projetos.
Como este é um ano eleitoral quero desde já saudar todos santiaguenses,
independente de partido que vão colocar seus nomes à disposição da sociedade. Dirijo
minha fala não só a população em geral, mas também aos que disputarão uma vaga
no Legislativo. Nós Vereadores em exercício devemos repassar conhecimentos e
experiências adquiridos nos mandatos nesta casa, áqueles que pela 1ª vez irão
enfrentar as Eleições Municipais. É muito importante que todos e todas
compreendam como funciona o Poder Legislativo. A beleza do processo democrático
é justamente a possibilidade da troca de representações e de experiências.
Vejam então, que as duas competências fundamentais de um parlamentar são: a de
Legislar e Fiscalizar.
A FUNÇÃO FISCALIZADORA dá
ao Vereador o poder E O DEVER de fiscalizar a administração.
Cuidar da aplicação dos recursos públicos e cuidar do orçamento apresentado. Dá
mesma forma, também fiscalizar através do pedido de informações. Por isso que
uso constantemente a Tribuna, as redes sociais e os meios legais para fazer
denúncias do que encontro de errado nas atitudes da Administração e pedir
providências de Ações da Prefeitura. Isso é o dever do Parlamentar.
Já a FUNÇÃO LEGISLATIVA que consiste
em elaborar e propor as Leis Municipais, é muitíssimo limitada para os
Vereadores. E noto que a população não sabe disso. O Vereador não pode, pois é
contra a Lei, apresentar projetos que envolva e mexa com valores (dinheiro). Ou
seja, a Câmara por seus Parlamentares, não tem competência para propor nenhum
Projeto que diga respeito a investimento que a Administração tenha que fazer
com dinheiro por ela administrado. Nada que altere o Orçamento da Prefeitura. SÓ
QUEM PODE FAZER PROJETOS QUE ENVOLVA VALORES, É O PRÓPRIO EXECUTIVO.
Cabe
aos Vereadores, discutir e votar os projetos que serão transformados em Leis.
Na grande maioria das vezes o Vereador estuda, aprecia e até modifica os
projetos que tem origem no Executivo, com emendas. Mas, verdadeiramente
o Parlamentar, se vê limitado a apresentar Projetos de pouco impacto imediato
na vida da comunidade. Alguns vereadores se reservam a protocolar projetos
que dão nomes a ruas, praças, ginásios, ou algum outro que a Prefeitura não
tenha despesas. Essa Senhores é a razão de poucos projetos partirem dos
vereadores.
Como cabe exclusivamente ao Executivo
propor projetos que mexam com dinheiro, o vereador pode apresentar emendas que
alterem para melhor a vida da comunidade. Quando o Executivo envia, por
exemplo, a Lei de Diretrizes Orçamentárias o Parlamentar pode propor
modificações que vão resultar diretamente no Orçamento da Cidade.
Aqui na Câmara apresentei diversas
Emendas nesta Legislatura, me propus a estudar com profundidade cada projeto de
Lei que dá entrada nesta Casa, principalmente a Lei Orçamentária para poder
apresentar Emendas que contemplassem a população. Algumas emendas foram
aprovadas, outras por eu ser minoria nesta Casa, foram rejeitadas pela Bancada
do PP.
Por isso, senhores ouvintes e futuros
candidatos, há vereadores que apresentam poucos projetos, outros que não
apresentam nenhum, e muito pelas limitações que a Legislação impõe ao
Parlamentar.
É preciso no entanto, mesmo com estas
limitações realizarmos o trabalho de vereadores entusiasmados e preocupados com
os anseios da sociedade. Por esta razão já apresentei muitas emendas na área de
projetos ambientais, para a produção de orgânicos, para a atenção a mulher, para
a capacitação a produtores de leite, emendas que beneficiam os portadores de
deficiências físicas, que beneficiam os funcionários públicos e mais de 20
emendas só para o Plano Municipal de Educação. Infelizmente nem todas foram
aprovadas.
Nesta Quarta-feira, participei em
Porto Alegre do 1° Congresso de Mulheres promovido pela FAMURS, para prefeitas
(os), vice-prefeitas (os) e vereadoras (es). O encontro abordou o
desenvolvimento e autonomia, participação política e ações de prevenção e
combate à violência contra a mulher. Até hoje as mulheres ganham, em média,
menos que os homens desempenhando a mesma função. É incrível, por exemplo, que
a mulher seja a maioria na sociedade e ocupe apenas dez por cento do parlamento
brasileiro. O número de casos de violência contra a mulher assusta muito e está
é uma realidade também em nossa cidade. Embora tudo que já foi conquistado,
estamos ainda muito distante da igualdade.
É preciso uma luta constante e diária
de homens e mulheres para destruir esta cultura que torna a mulher inferior e
submissa. Uma cultura que tortura e oprime que está enraizada em todos os
cantos da sociedade. É preciso não apenas acabar com o machismo, mas também
empoderar as mulheres através de mudanças profundas nas estruturas culturais da
sociedade.
Para que novos
passos sejam dados, precisamos ocupar cada vez mais os espaços estratégicos na
sociedade. É fundamental a participação da mulher na vida política do
município, para que tenhamos voz e vez. Lembro aqui a frase de Michele
Bachelet, Presidente do Chile: “Quando uma mulher entra na política, muda a
mulher. Quando muitas mulheres entram na política, muda a política”. Ouso
completar esta frase dizendo, que quando muitas mulheres entram na política, a
política muda para melhor.
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